sábado, 9 de maio de 2009

Estréia ARAPUCAIA

Festival de Curitiba: Até a chuva esperou pelo “Arapucaia”


foto de Camila Ferraz

Thais Polimeni, Enviada especial a Curitiba 04/04/2009

http://jornalirismo.terra.com.br/jornalismo/14/653-festival-de-curitiba-ate-a-chuva-esperou-o-arapucaia-se-apresentar

Depois das cinco peças do Fringe, a mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, decidimos conhecer um pouco da tão comentada Mostra Contemporânea. Chegamos a Curitiba no sábado, 28 de março, e fomos direto para a área de imprensa, a fim de saber o que estava sendo comentado sobre o festival. Assistimos à coletiva de imprensa do Leandro Knopfholz, diretor geral do Festival de Curitiba e, após uma conversa e outra, fomos ver a peça “Arapucaia”.

Essa peça não fazia parte da mostra, porém, com o espírito Fringe que temos, não conseguimos recusar a proposta de conhecer o tão comentado teatro de rua, estilo a que não havíamos assistido até então.



"Arapucaia" fez da Praça Rui Barbosa seu palco: teatro para todos.

“Arapucaia” foi encenada na Praça Rui Barbosa, em meio a muita torcida dos atores e da plateia para que não chovesse. Exatamente devido ao local, o público era bastante diversificado: crianças, mães, adolescentes e trabalhadores que, ao voltarem para casa de bicicleta, depararam-se com algo diferente na praça e ali ficaram.

Era incrível como todos interagiam, conversando com os atores, rindo e agindo sem a preocupação de aparentar ser o exímio “público de teatro”. Com essas características, a peça conseguiu conquistar todos.

Contando a história de “Arapucaia” – a cidade dos prazeres, onde tudo é permitido –, a interpretação dos atores era irreverente, o figurino, bem-feito e a pouca utilização de cenários grandiosos forçava o público a usar a imaginação – o que era conseguido sem grandes dificuldades.

Após sessenta minutos de diversão e imaginação, “Arapucaia” terminou... E começou a chover.

É a magia do teatro!

“Arapucaia”
Forte Casa Teatro – São Paulo – SP
Comédia 60 minutos

terça-feira, 5 de maio de 2009

Arapucaia – mais recente apresentação do grupo Forte Casa Teatro – vem pra rua e pede passagem

A praça Dom Orione, no Bixiga, será palco, no dia 10 de maio, às 12:00h, da estréia da peça Arapucaia, concebida a partir da obra de Bertolt Brecht, Ascensão e Queda de Mahagonny.
A adaptação, montada pelos integrantes do grupo Forte Casa Teatro, busca trazer para mais perto do espectador brasileiro – pessoas das mais diversas origens que transitam pelas ruas da cidade – a própria peça e as idéias que o dramaturgo alemão expõe através dela.
A apresentação da peça – dirigida por Magê Blanques, com elenco de dez integrantes , incluindo Rebeca Braia, Érika Coracini e Wilson Mandri e direção musical de Luciano Carvalho - se dá num momento propício: ela foi escrita durante a chegada do furacão que provocou a Grande Depressão, 1928 a 1929, e está indo para a rua de São Paulo quando as novas turbulências, mais uma vez por estouro de gigantescas bolhas nas bolsas estadunidenses, volta a mergulhar a economia mundial numa crise que questiona os próprios fundamentos a partir da qual essa economia funciona.
Assim como na apresentação anterior, Alembrar, a fábula de uma cidade, agora Arapucaia, serve de pano de fundo para colocar diante do espectador a discussão da arte e seus valores reais, no momento em que a sua mercantilização atinge o paroxismo e a reduz a uma mercadoria acrítica que busca garantir a venda através do estímulo apenas sensações às pessoas, as quais ela, paradoxalmente, anestesia.
Essa contradição é exposta ao passante na rua, que é atraído até a peça pela música, vestuário, cenário, ousadia gestual, mas em particular pelo uso de elementos do carnaval, a exemplo do estandarte com o nome da cidade onde tudo será permitido na busca do prazer, menos a falta de dinheiro para pagar por ele. Da falta de dinheiro nem mesmo o herói, que salva a cidade da crise – mergulhando-a nela mais fundo ainda – é poupado.
Logo na abertura – o espectador é chamado a se confrontar com a submissão ao dinheiro e até que ponto ele transforma as suas vítimas em vítimas orientadas para a fuga e não para o enfrentamento – “quanta riqueza, quanto prazer// é maravilhoso seus problemas esquecer” e logo a seguir: “salve salve Arapucaia// salve a terra em que pagando tudo dá”.
As idéias do Teatro Dialético estão presentes no uso das máscaras, instrumento dramático desenvolvido pela Commedia dell’Arte, objeto de pesquisa do Forte Casa Teatro, desde a sua fundação há cinco anos, que atende à necessidade de gestação do efeito de distanciamento, que como aponta Brecht, se faz necessário ao aguçamento da
participação crítica do espectador, elas compõem – junto com o cômico, a distorção da voz, o absurdo das situações, o trágico do beco em que todos os personagens (anestesiados e submetidos às leis de mercado que dominam Arapucaia) estão metidos – o Gestus dramático (conceito brechtiano usado na orientação dos atores de suas peças) - a serviço da elucidação da realidade, sem perda do impacto e da criação artística – proposto por Brecht.
É nesta condição que o espectador é colocado diante de um impasse questionador – em que ele se encontra no momento do Brasil e do mundo – quando os personagens Sem Eira, Nem Beira e Lucrécia entram na primeira cena, intitulada “De como foi criada a maravilhosa, incrível e estupenda cidade dos prazeres ou, se correr o bicho pega, se ficar a gente come”, camuflados dentro de uma vaca circense e iniciam o diálogo:
Nem Beira – Por que parou? A gente não tinha que ir pra frente?
Sem Eira – Pra frente não dá. Pra frente é pântano, cheio de jacarés e crocodilos
Nem Beira – Então a gente não vai pra frente(....)
Sem Eira – Então a gente não pode ir pra frente. Então vamos pra trás.
Nem Beira – Não! Pra trás ta cheio de polícia querendo pegar a gente.
Sem Eira – A polícia! Então a gente não vai pra trás!

Daí em diante, com a solução ao impasse dada pelos personagens, surge uma cidade nova em que, como observa o próprio Brecht em seu texto “Notas sobre Mahagonny”,
“assistisse ao nascimento de uma noção de valor cujo fundamento é capacidade de exploração comercial [do trabalho dos criadores]”.
E ainda como afirma o autor, no mesmo texto, ao destrinchar esta realidade diante do espectador, percebe-se que agora “o indivíduo encontra-se cada vez mais implicado nos grandes acontecimentos que transformam o mundo” e se tornou “impossível ‘exprimir-se’ somente”.
O vício que a peça denuncia, a partir de domingo na praça Dom Orione, como ele afirma, em sua crítica espantosamente atual, é “o fato das engrenagens não pertencerem à comunidade [e, em nosso caso, com o predomínio midiático estrangeiro e monopolista, nem mesmo ao país]; os meios de produção não são ainda dos que produzem, de modo que o trabalho tem a característica de uma verdadeira mercadoria, submetida às leis do mercado”.
Um sistema, que como canta a letra da música que encerra o espetáculo, exalta: “Pelas roupas de marca// Pelo crédito pessoal// Pela propriedade privada// Pelo sexo seguro// Pela justa distribuição dos bens divinos// Pela injusta distribuição dos bens terrenos// Pela comercialização do amor// Pela criança esperança//; uma ideologia, em que, no entanto, como é título da cena conclusiva, “a cidade faliu, o sistema faliu”.

Nathaniel Braia

Informativo Forte Casa Teatro - Maio/2009

Estréia de Arapucaia

Arapucaia, livremente inspirado em "Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny", de Bertold Brecht, narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia.

Serviço
Datas: 10, 17, 24 e 31 de maio (domingos)
Horário: 12h
Ingresso: Gratuito (ao ar livre, em caso de chuva, não haverá espetáculo)
Local: Pça. Dom Orione, Escadaria do Bixiga.
Classificação: Livre

Ficha Técnica
Direção: Magê Blanques
Direção Musical: Luciano Carvalho
Elenco: Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Thiago Henrique, Bruna Amado, André Telles e Drica Mioni
Figurinos: Magê Blanques
Criação e Confecção de Máscaras: Ivanildo Piccoli


Atividades no Teatro Denoy de Oliveira:

Cineclube
02/05/2009
Olho de Boi (2006)
Direção de Hermano Penna
Debate com Hermano Penna
09/05/2009
O Pagador de Promessas (1962)
Direção de Anselmo Duarte
Debate com Fernando Peixoto
16/05
Quero – o filme (2007)
Direção de Carlos Cortez
Debate com Carlos Cortez
23/05
Dia de Festa
Direção de Toni Venturi
Debate com Toni Venturi
30/05
São Paulo S/A (1965)
Direção de Luís Sérgio Person
Debate com Luiz Bachi

Sábados às 10h

O Choro e Sua História

Com Izaías e Israel entre amigos
04/05: Ted Falcon - Interpretando Ernesto Nazareth
11/05: Toninho Carrasqueira - Interpretando João Dias Carrasqueira
18/05: Vitor Lopes - Interpretando Abel Ferreira
25/05: Madeira de Vento - Interpretando K-Ximbinho

Segundas, às 20h

Projeto PIPIPI
No Ponto de Cultura da UMES/Forte Casa Teatro, está acontecendo todas as terças até 26 de maio, Projeto PIPIPI (Projeto de Investigação da Prática de Intervenção e Performances Interativas), pelo programa Interações Estéticas do Minc, organizado pelo PIU (Pequenas Intervenções Urbanas), no intuito de estudar e realizar performances e intervenções urbanas, a partir do tema Corpo – Casa – Cidade.

O BLOG para mais informações é: http://pipipiu.blogspot.com/
Ou mande um e-mail para: emaildopiu@gmail.com




Oficina de Clown com Bete Dorgam

Treinamento continuado na linguagem de Clown.
Toda quarta-feira, das 10h30 às 13h00.
Inscrições abertas. R$ 120,00/mês.


Oficinas de Audiovisual

Linguagem Cinematográfica e Realização
Início 04 de maio – inscrições abertas.
Maiores informações no telefone: 32897475




Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista
Informações - 3289-7475