quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Forte Casa Teatro No Festival Internacional do Cairo



O grupo paulistano Forte Casa Teatro foi convidado pela organização do Festival Internacional de Teatro Experimental do Cairo (CIFET, na sigla em inglês) para participar da próxima edição do evento, que vai ocorrer de 10 a 21 de outubro na capital egípcia. O convite é para a apresentação da peça “Alembrar”, escrita e encenada pela trupe, que estreou no ano passado e ficou em cartaz até o início de 2008 no Teatro Denoy de Oliveira, na região central de São Paulo.

“Para essa peça nós fizemos uma pesquisa forte sobre cultura popular brasileira. Ela fala de memórias, tradições e raízes”, disse a diretora do espetáculo, Rebeca Braia. Nele, os atores contam a história de uma cidade fictícia, a Vila Longe, onde os habitantes estão perdendo a memória de suas crença e costumes quando são confrontados com o uma catástrofe natural: o rio próximo invade o povoado.

De acordo com a sinopse da peça, uma antiga lenda dizia que o rio era formado das lágrimas de uma moça pela morte do namorado, transformado em peixe. A história contava que no dia em que o povo perdesse o respeito pelas águas elas invadiriam a cidade. Sem a memória de suas tradições, a população continua com sua rotina, esperando que a catástrofe não ocorra, ou que o socorro chegue de fora.

Apesar dos elementos de cultura popular brasileira, o texto é baseado no romance “O outro pé da sereia”, do escritor moçambicano Mia Couto.

Música é elemento importante do espetáculo
“No festival, a maioria dos grupos serão árabes, que é uma cultura muito forte também. Para nós será muito enriquecedor esse contato”, afirmou Rebeca. “Poderemos enfatizar nossa identidade e ao mesmo tempo abrir uma janela para outros povos”, acrescentou.

Para que isso vire realidade, no entanto, a trupe precisa de apoio. Segundo Rebeca, a organização do evento vai arcar com os custos de estadia e transporte no Egito, mas o grupo procura patrocínio para as passagens (ver contato abaixo).

Além da diretora, devem viajar os quatro atores e atrizes que encenam o espetáculo e dois técnicos. A peça, de acordo com ela, tem muita música. Além da sonoplastia, os atores tocam e cantam no palco. “Não é só um musical, mas tem o canto como um dos elementos”, afirmou.
Montagem fala de raízes e tradições
O grupo, que conta com 10 pessoas, foi formado, de acordo com Rebeca, em 2002. Parte dos integrantes se conheceu durante o curso de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e já havia feito uma apresentação internacional em Santiago de Compostela, na Espanha. De lá para cá, a trupe encenou seis peças diferentes e agora prepara a sétima.

Foram eles mesmo que buscaram a organização do festival e encaminharam material de divulgação da peça. A resposta com o convite chegou há cerca de três semanas. Segundo Rebeca, o evento vai contar com artistas de 20 países. O festival é anual e ocorre desde 1989. Este ano será a 20ª edição.

site: http://www.anba.com.br/noticia_orientese.kmf?cod=7683947