segunda-feira, 9 de novembro de 2009



ARAPUCAIA

12/11 - quinta-feira às 14h
no Vale do Anhangabaú

Confira toda a programação da Mostra:

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pequena Mostra de Teatro de Rua do Bixiga

O Bixiga é nossa casa desde 2004. O grupo Forte Casa Teatro se formou dois anos antes, na USP, mas foi no Bixiga que fixamos residência, que crescemos e nos tornamos quem somos.
Bixiga, bairro caracterizado por sua enorme diversidade, no início, bairro de ex-escravos, depois de italianos, nordestinos, bairro de Adoniran, da Vai-Vai, do TBC e tantos outros teatros, de ontem e hoje.
Dentro do Bixiga está a "nossa" praça, a Dom Orione, pouco conhecida por seu nome, mais conhecida por sua feira de antiguidades, que acontece todos os domingos, e por sua escadaria, que sobe da Rua 13 de Maio até a Rua dos Ingleses. Mas foi somente em 2008 que começamos a nos interessar pela ocupação desta praça. Apesar de sabermos que ela já tinha sido palco para apresentações de outros grupos e artistas, a sensação de abandono de um espaço tão rico em possibilidades nos levou a desejar uma ocupação mais efetiva.
A origem do nosso trabalho foi marcada pelo Teatro de Rua. A partir dele decidimos formar um grupo, pois sentimos que dali vinha algo que nos unia, portencial de imensa expressão, grande possibilidade de inúmeras formas de diálogos. Dele nasceu nossa vontade de fazer um teatro popular, de compartilhar nossa arte com um público que na maioria das vezes está muito distante do teatro.
Esse nosso teatro, por tantas questões, acabou indo parar dentro de um teatro tradicional. Mas foi justamente esse teatro, o Denoy de Oliveira que nos trouxe ao Bixiga. Em 2004 fomos convidados pelo CPC da UMES a administrar esse espaço, e portanto daí nossa residência aqui no bairro.
Aos poucos, nosso trabalho focado na relação com o público e os desafios propostos pela ocupação de um teatro foram direcionando o grupo a uma constante pesquisa sobre a relação da arte com o espaço em que ela ocorre. O teatro Denoy de Oliveira, em 2005, se tornou um Ponto de Cultura - através do edital do Ministério da Cultura - o que nos levou a ter um contato maior com parte da população do bairro, que vinha participar das oficinas e projetos, aumentando nosso contato e nossa relação com o bairro em vários aspectos. Assim, além de desenvolver um grande carinho pelo Bixiga, ampliou-se também nossa visão a seu respeito, as relações estabelecidas por e pelo espaço, bem como o cotidiano de quem vivia e viveu nele, dialogando com suas muitas realidades. E foi graças a esses questionamentos sobre o espaço que o grupo optou por trabalhar mais uma vez com o Teatro de Rua.
Fizemos então da praça, nossa segunda casa, querendo demarcar um espaço para a arte de rua em um bairro que abriga tanta arte, mas infelizmente ainda com tão pouca democracia. Impossível contar quantos espaços relacionados a arte temos no Bixiga, mas quase sempre se mantendo em lugares fechados, e pouco é usufruído realmente pela população do bairro, com exceção dos ensaios da escola de samba Vai-Vai, quase não se vê manifestações culturais nas ruas daqui hoje em dia.
Começamos a ocupação da praça no processo de montagem de "Arapucaia", em 2008, a partir daí tornou-se questão vital transformar aos poucos este espaço numa referência para o teatro de rua do bairro, e quem sabe também outras artes. Em 2009, foram duas temporadas de "Arapucaia" no espaço. A experiência foi fantástica, a cada fim de semana juntavam-se moradores do bairro, frequentadores da feira de antiguidade e dos restaurantes, e público que vinha especialmente para a peça. O espaço se transfroamva, ganhava novo significado, nova vida
Então surgiu o "Prêmio de Apoio a Pequenos Eventos" para Pontos de Cultura. Foi a oportunidade de criar este festival. Este ano com quatro espetáculos, mas com a vontade de que surjam novas edições ampliadas nos próximos anos.
A Pequena Mostra de Teatro de Rua do Bixiga é apenas uma das ações para trazer o teatro de rua a este bairro, ações que pretendemos aprofundar e ampliar nos próximos anos. para isso, convidamos a todos, do bairro ou não, artiostas ou não, a ocupar a praça - e todos os espaços públicos.
A arte de rua coloca em questão a necessidade de re-apropriação do espaço público pelo seu verdadeiro dono, o povo. Tornar a rua um espaço de arte é torná-la um local de encontro e não apenas de passagem. realizar arte na rua significa tirar o cidadão da sua rotina cotidiana e levar a ele uma outra experiência coletiva, prazerosa, divertida, e que o faz refletir sobre sua condição de ser humano inteligente, racional e emocional.. Ocupar a rua com arte, principalmente a rte coletiva, que conta com a participação do público, é por si só um ato político. É um movimento no contrafluxo da ideologia dominante que busca individualizar cada vez mais os homens, tornando-os seres incapazes de agir coletivamente.
Ocupemos, portanto, as ruas e praças do nosso Bixiga.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

EIPA 2009 reúne cinema, shows de música, performance, dança e artes plásticas em festival gratuito


Entre os dias 6, 7 e 8 de novembro acontece a segunda edição do EIPA - "Encontro Independente do que possa acontecer", festival de artes realizado no Ponto de Cultura da UMES - Teatro Denoy de Oliveira. no Bixiga.
Durante os três dias acontecem, paralelamente, shows com Berlam e Banda Larga, Baobá Stereo Club, Lagarta Alada e discotecagem de Tata Aerolplano, além de espatáculos de dança, peças de teatro e sessão de filmes, com a exibição do filme "Amizade" de Sérgio Muniz, curta "Super Barroco", de Renata Pinheiro, premiado em vários festivais, e o documentário "Engarrafado" de Luíza Fagá, produzido para o programa DOC TV SP III, entre outros.
O evento reúne ainda uma exposição de Artes Visuais com a participação de nove artistas. As atividades ganham o espaço urbano com performances nas ruas do Bixiga e na Escadaria da Pça Dom Orione. Ao todo, 40 artistas participam do evento.
Concebido com um espaço de integração de projetos artísticos com um mesmo tema, o EIPA pretende discutir, a cada edição, um tema diferente, por intermédio do olhar e da prática artística, refletindo sempre sobre a cidade contemporânea. Nesta edição, o tema proposto é VOCÊ É ONDE, a contrução de identidade na cidade.
 Além de uma mostra da produção de novos artistas brasileiros, a idéia do EIPA é incentivar a reflexão crítica, trazendo possibilidades de despertar para questões pulsantes do urbano e do cotidiano, em um formato de evento participativo. Todas as apresentações dialogam de alguma forma com o tema, algumas obras forma criadas exclusivamente para o evento.
Organizado pelo coletivo PIU - Pequenas Intervenções Urbanas em parceria com o grupo Forte Casa Teatro e a UMES, o EIPA 2009 conta com o apoio do PROAC, da Secretaria de Estado da Cultura, do Governo do Estado de São Paulo.

Serviço:
II Encontro Independente do que Possa Acontecer - EIPA 2009
Dias: 6, 7 e 8 de novembro
Local: Ponto de Cultura da UMES
Rua Rui Barbosa, 323 - Bixiga
Horário:
Abertura - 06/11 às 18h30
Sábado e Domingo (07 e 08/11) à partir das 10h
Evento gratuito

Programação completa: http://www.blogdoeipa.blogspot.com/
EIPA no youtube: www.youtube.com/watch?v=egMwhdU1Jfs

sábado, 19 de setembro de 2009

O Grupo Forte Casa Teatro apóia a causa da Escola Livre de Teatro

De 21 a 25 de setembro a comunidade da Escola Livre de Teatro promove a semana da ELT em alerta.O evento é uma Ocupação artística em prol da Manutenção do Projeto Pedagógico da Escola que está seriamente ameaçado.

Maiores informações sobre as causas urgentes da ELT que vem unindo diversos grupos teatrais no blog:
http://www.movimentolivre-sa.blogspot.com/


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Arapucaia no Festcal

Confira a programação do Festival do Campo Limpo, o espetáculo Arapucaia se apresentará no dia 06 de setembro às 13h, na Praça do Campo Limpo. Apareçam!
Programação completa: http://www.trupeartemanha.com.br/

domingo, 2 de agosto de 2009

Informativo Forte Casa Teatro / agosto

Arapucaia

Arapucaia narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia.

Direção de Magê Blanques e Direção Musical de Luciano Carvalho

Com Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Felipe Ormeni, Bruna Amado, André Telles e Drica Mioni. Criação e Confecção de Máscaras: Ivanildo Piccoli

Serviço:
Datas: domingos 02 a 30 de agosto
Horário: 12h
Ingresso: Gratuito (ao ar livre, em caso de chuva, não haverá espetáculo)
Local: Pça. Dom Orione, Bixiga.
Classificação: Livre



Atividades no Teatro Denoy de Oliveira:



Treinamento de Clown com Bete Dorgam

O treinamento inicia dia 19 de agosto, e será sempre às quartas-feiras das 10h30 às 13h. A mensalidade é de R$ 120,00 por mês e o treinamento acontece sempre no Teatro Denoy de Oliveira. Informações no telefone: 32897475 (Teatro Denoy de Oliveira



Oficina Dança Popular, Corpo Contemporâneo

Uma viagem múltipla pela cultura tradicional brasileira, usando a dança contemporânea como base para o aprendizado das danças populares e para a criação, partir do contato com estas manifestações. Essa é a proposta do curso “Dança Popular, Corpo Contemporâneo”, que acontecerá no Teatro Denoy de Oliveira, a partir do dia 06/08.
O curso, que será às quintas-feiras à noite, das 19h30 às 22h, tem como ministrante a pesquisadora, dançarina e atriz Andrea Soares.
Mensalidade: R$80,00 (para alunos vinculados a UMES e artistas da cooperativa de Teatro, R$ 65,00)

Maiores informações nos fones: (11) 8366-7640 e (11)32897475 (Teatro Denoy de Oliveira)


Encontro Aberto sobre o II Encontro Independente do que Possa Acontecer – EIPA

quarta-feira, dia 5 de agosto, às 19:30, no Teatro Denoy de Oliveira

Convidamos artistas interessados em participar do II EIPA para um Encontro Aberto onde vamos dialogar sobre o tema do II EIPA e abrir o processo de inscrições. O EIPA é um espaço de integração de projetos artísticos de diversas áreas com um mesmo tema, organizado em parceria com o Coletivo PIU, o grupo Forte Casa Teatro e o CPC da UMES. O tema dessa edição é "VOCÊ É ONDE. A construção da identidade na cidade". Veja mais informações sobre o Encontro e o tema no blog: www.blogdoeipa.blogspot.com

sexta-feira, 10 de julho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Informativo Forte Casa Teatro / junho

Atividades no Teatro Denoy de Oliveira:



Cineclube

06/06 – A Hora da Estrela
Direção Suzana Amaral – debate com Marcus Vinícius de Andrade
13/06 – Tenda dos Milagres
Direção Nelson Pereira dos Santos – debate com Maria do Rosário Caetano
20/06 – Xica da Silva
Direção Cacá Diegues – debate com Aldo Bueno
27/06 – Zuzu Angel
Direção Sérgio Rezende – debate com Anita Simes

Sábados às 10h


O Choro e Sua História

Com Izaías e Israel entre amigos

01/06: Chorando na Sombra - Interpretando Joaquim A. da Silva Callado
08/06: Roberto Mahn - Interpretando Sílvio Caldas
15/06: Quatro a Zero - Interpretando Radamés Ganattali
22/06: Dudáh Lopes - Interpretando Chiquinha Gonzaga

Segundas, às 20h

Projeto PIPIPI

No Ponto de Cultura da UMES/Forte Casa Teatro, estará acontecendo todas as terças até 09 de junho, o Projeto PIPIPI (Projeto de Investigação da Prática de Intervenção e Performances Interativas), pelo programa Interações Estéticas do Minc, organizado pelo PIU (Pequenas Intervenções Urbanas), no intuito de estudar e realizar performances e intervenções urbanas, a partir do tema Corpo – Casa – Cidade.
O BLOG para mais informações é: http://pipipiu.blogspot.com/


Oficina de Clown com Bete Dorgam

Treinamento continuado na linguagem de Clown.
Toda quarta-feira, das 10h30 às 13h00.
Inscrições abertas. R$ 120,00/mês.


Oficina Dança Popular, Corpo Contemporâneo

Uma viagem múltipla pela cultura tradicional brasileira, usando a dança contemporânea como base para o aprendizado das danças populares e para a criação, partir do contato com estas manifestações. Essa é a proposta do curso “Dança Popular, Corpo Contemporâneo”, que acontecerá no Teatro Denoy de Oliveira, a partir do dia 16/06.
O curso, que será às terças-feiras à noite, das 19 às 21:30 h., tem como ministrante a pesquisadora, dançarina e atriz Andrea Soares.
O valor é de R$ 80,00 e R$ 65,00 para estudantes do ensino médio.

Maiores informações nos fones: (11) 8366-7640 e (11)32897475 (Teatro Denoy de Oliveira)


Oficinas de Audiovisual

Linguagem Cinematográfica e Realização
Maiores informações no telefone: 32897475

sábado, 9 de maio de 2009

Estréia ARAPUCAIA

Festival de Curitiba: Até a chuva esperou pelo “Arapucaia”


foto de Camila Ferraz

Thais Polimeni, Enviada especial a Curitiba 04/04/2009

http://jornalirismo.terra.com.br/jornalismo/14/653-festival-de-curitiba-ate-a-chuva-esperou-o-arapucaia-se-apresentar

Depois das cinco peças do Fringe, a mostra paralela do Festival de Teatro de Curitiba, decidimos conhecer um pouco da tão comentada Mostra Contemporânea. Chegamos a Curitiba no sábado, 28 de março, e fomos direto para a área de imprensa, a fim de saber o que estava sendo comentado sobre o festival. Assistimos à coletiva de imprensa do Leandro Knopfholz, diretor geral do Festival de Curitiba e, após uma conversa e outra, fomos ver a peça “Arapucaia”.

Essa peça não fazia parte da mostra, porém, com o espírito Fringe que temos, não conseguimos recusar a proposta de conhecer o tão comentado teatro de rua, estilo a que não havíamos assistido até então.



"Arapucaia" fez da Praça Rui Barbosa seu palco: teatro para todos.

“Arapucaia” foi encenada na Praça Rui Barbosa, em meio a muita torcida dos atores e da plateia para que não chovesse. Exatamente devido ao local, o público era bastante diversificado: crianças, mães, adolescentes e trabalhadores que, ao voltarem para casa de bicicleta, depararam-se com algo diferente na praça e ali ficaram.

Era incrível como todos interagiam, conversando com os atores, rindo e agindo sem a preocupação de aparentar ser o exímio “público de teatro”. Com essas características, a peça conseguiu conquistar todos.

Contando a história de “Arapucaia” – a cidade dos prazeres, onde tudo é permitido –, a interpretação dos atores era irreverente, o figurino, bem-feito e a pouca utilização de cenários grandiosos forçava o público a usar a imaginação – o que era conseguido sem grandes dificuldades.

Após sessenta minutos de diversão e imaginação, “Arapucaia” terminou... E começou a chover.

É a magia do teatro!

“Arapucaia”
Forte Casa Teatro – São Paulo – SP
Comédia 60 minutos

terça-feira, 5 de maio de 2009

Arapucaia – mais recente apresentação do grupo Forte Casa Teatro – vem pra rua e pede passagem

A praça Dom Orione, no Bixiga, será palco, no dia 10 de maio, às 12:00h, da estréia da peça Arapucaia, concebida a partir da obra de Bertolt Brecht, Ascensão e Queda de Mahagonny.
A adaptação, montada pelos integrantes do grupo Forte Casa Teatro, busca trazer para mais perto do espectador brasileiro – pessoas das mais diversas origens que transitam pelas ruas da cidade – a própria peça e as idéias que o dramaturgo alemão expõe através dela.
A apresentação da peça – dirigida por Magê Blanques, com elenco de dez integrantes , incluindo Rebeca Braia, Érika Coracini e Wilson Mandri e direção musical de Luciano Carvalho - se dá num momento propício: ela foi escrita durante a chegada do furacão que provocou a Grande Depressão, 1928 a 1929, e está indo para a rua de São Paulo quando as novas turbulências, mais uma vez por estouro de gigantescas bolhas nas bolsas estadunidenses, volta a mergulhar a economia mundial numa crise que questiona os próprios fundamentos a partir da qual essa economia funciona.
Assim como na apresentação anterior, Alembrar, a fábula de uma cidade, agora Arapucaia, serve de pano de fundo para colocar diante do espectador a discussão da arte e seus valores reais, no momento em que a sua mercantilização atinge o paroxismo e a reduz a uma mercadoria acrítica que busca garantir a venda através do estímulo apenas sensações às pessoas, as quais ela, paradoxalmente, anestesia.
Essa contradição é exposta ao passante na rua, que é atraído até a peça pela música, vestuário, cenário, ousadia gestual, mas em particular pelo uso de elementos do carnaval, a exemplo do estandarte com o nome da cidade onde tudo será permitido na busca do prazer, menos a falta de dinheiro para pagar por ele. Da falta de dinheiro nem mesmo o herói, que salva a cidade da crise – mergulhando-a nela mais fundo ainda – é poupado.
Logo na abertura – o espectador é chamado a se confrontar com a submissão ao dinheiro e até que ponto ele transforma as suas vítimas em vítimas orientadas para a fuga e não para o enfrentamento – “quanta riqueza, quanto prazer// é maravilhoso seus problemas esquecer” e logo a seguir: “salve salve Arapucaia// salve a terra em que pagando tudo dá”.
As idéias do Teatro Dialético estão presentes no uso das máscaras, instrumento dramático desenvolvido pela Commedia dell’Arte, objeto de pesquisa do Forte Casa Teatro, desde a sua fundação há cinco anos, que atende à necessidade de gestação do efeito de distanciamento, que como aponta Brecht, se faz necessário ao aguçamento da
participação crítica do espectador, elas compõem – junto com o cômico, a distorção da voz, o absurdo das situações, o trágico do beco em que todos os personagens (anestesiados e submetidos às leis de mercado que dominam Arapucaia) estão metidos – o Gestus dramático (conceito brechtiano usado na orientação dos atores de suas peças) - a serviço da elucidação da realidade, sem perda do impacto e da criação artística – proposto por Brecht.
É nesta condição que o espectador é colocado diante de um impasse questionador – em que ele se encontra no momento do Brasil e do mundo – quando os personagens Sem Eira, Nem Beira e Lucrécia entram na primeira cena, intitulada “De como foi criada a maravilhosa, incrível e estupenda cidade dos prazeres ou, se correr o bicho pega, se ficar a gente come”, camuflados dentro de uma vaca circense e iniciam o diálogo:
Nem Beira – Por que parou? A gente não tinha que ir pra frente?
Sem Eira – Pra frente não dá. Pra frente é pântano, cheio de jacarés e crocodilos
Nem Beira – Então a gente não vai pra frente(....)
Sem Eira – Então a gente não pode ir pra frente. Então vamos pra trás.
Nem Beira – Não! Pra trás ta cheio de polícia querendo pegar a gente.
Sem Eira – A polícia! Então a gente não vai pra trás!

Daí em diante, com a solução ao impasse dada pelos personagens, surge uma cidade nova em que, como observa o próprio Brecht em seu texto “Notas sobre Mahagonny”,
“assistisse ao nascimento de uma noção de valor cujo fundamento é capacidade de exploração comercial [do trabalho dos criadores]”.
E ainda como afirma o autor, no mesmo texto, ao destrinchar esta realidade diante do espectador, percebe-se que agora “o indivíduo encontra-se cada vez mais implicado nos grandes acontecimentos que transformam o mundo” e se tornou “impossível ‘exprimir-se’ somente”.
O vício que a peça denuncia, a partir de domingo na praça Dom Orione, como ele afirma, em sua crítica espantosamente atual, é “o fato das engrenagens não pertencerem à comunidade [e, em nosso caso, com o predomínio midiático estrangeiro e monopolista, nem mesmo ao país]; os meios de produção não são ainda dos que produzem, de modo que o trabalho tem a característica de uma verdadeira mercadoria, submetida às leis do mercado”.
Um sistema, que como canta a letra da música que encerra o espetáculo, exalta: “Pelas roupas de marca// Pelo crédito pessoal// Pela propriedade privada// Pelo sexo seguro// Pela justa distribuição dos bens divinos// Pela injusta distribuição dos bens terrenos// Pela comercialização do amor// Pela criança esperança//; uma ideologia, em que, no entanto, como é título da cena conclusiva, “a cidade faliu, o sistema faliu”.

Nathaniel Braia

Informativo Forte Casa Teatro - Maio/2009

Estréia de Arapucaia

Arapucaia, livremente inspirado em "Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny", de Bertold Brecht, narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia.

Serviço
Datas: 10, 17, 24 e 31 de maio (domingos)
Horário: 12h
Ingresso: Gratuito (ao ar livre, em caso de chuva, não haverá espetáculo)
Local: Pça. Dom Orione, Escadaria do Bixiga.
Classificação: Livre

Ficha Técnica
Direção: Magê Blanques
Direção Musical: Luciano Carvalho
Elenco: Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Thiago Henrique, Bruna Amado, André Telles e Drica Mioni
Figurinos: Magê Blanques
Criação e Confecção de Máscaras: Ivanildo Piccoli


Atividades no Teatro Denoy de Oliveira:

Cineclube
02/05/2009
Olho de Boi (2006)
Direção de Hermano Penna
Debate com Hermano Penna
09/05/2009
O Pagador de Promessas (1962)
Direção de Anselmo Duarte
Debate com Fernando Peixoto
16/05
Quero – o filme (2007)
Direção de Carlos Cortez
Debate com Carlos Cortez
23/05
Dia de Festa
Direção de Toni Venturi
Debate com Toni Venturi
30/05
São Paulo S/A (1965)
Direção de Luís Sérgio Person
Debate com Luiz Bachi

Sábados às 10h

O Choro e Sua História

Com Izaías e Israel entre amigos
04/05: Ted Falcon - Interpretando Ernesto Nazareth
11/05: Toninho Carrasqueira - Interpretando João Dias Carrasqueira
18/05: Vitor Lopes - Interpretando Abel Ferreira
25/05: Madeira de Vento - Interpretando K-Ximbinho

Segundas, às 20h

Projeto PIPIPI
No Ponto de Cultura da UMES/Forte Casa Teatro, está acontecendo todas as terças até 26 de maio, Projeto PIPIPI (Projeto de Investigação da Prática de Intervenção e Performances Interativas), pelo programa Interações Estéticas do Minc, organizado pelo PIU (Pequenas Intervenções Urbanas), no intuito de estudar e realizar performances e intervenções urbanas, a partir do tema Corpo – Casa – Cidade.

O BLOG para mais informações é: http://pipipiu.blogspot.com/
Ou mande um e-mail para: emaildopiu@gmail.com




Oficina de Clown com Bete Dorgam

Treinamento continuado na linguagem de Clown.
Toda quarta-feira, das 10h30 às 13h00.
Inscrições abertas. R$ 120,00/mês.


Oficinas de Audiovisual

Linguagem Cinematográfica e Realização
Início 04 de maio – inscrições abertas.
Maiores informações no telefone: 32897475




Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista
Informações - 3289-7475

domingo, 1 de março de 2009

Informativo Forte Casa Teatro - Março/2009

Olá,
Este mês o Grupo Forte Casa Teatro e o Teatro Denoy de Oliveira estarão recebendo inúmeras atividades organizadas pelo CPC-UMES: o Cineclube, O Choro e Sua História, além do início de oficinas sobre a linguagem cinematográfica. Receberemos em nossa casa também o PIU (Pequenas Intervenções Urbanas) que estará coordenando uma oficina de performance. Todos esses eventos são gratuitos.
Em paralelo a todos esses eventos o grupo Forte Casa Teatro estreará a sua nova peça de rua, ARAPUCAIA no Festival de Curitiba /FRINGE, e em breve estará também em São Paulo.
Participem e divirtam-se!!!
Atenciosamente,
Forte Casa Teatro



Informativo forte casa teatro
Março/2009

Arapucaia



Livremente inspirada em Ascenção e Queda da Cidade de Mahagonny, de Bertold Brecht, a peça conta a história da cidade de Arapucaia, fundada por criminosos - a cidade dos prazeres, onde tudo é permitido. Na peça, adaptada para a rua, e utilizando máscaras, discutem-se questões como a mercantilização da cultura e das relações humanas e o prazer fácil e vazio.
Ficha Técnica
DIREÇÃO: Magê Blanques | DIREÇÃO MUSICAL: Luciano Carvalho | ELENCO: Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Thiago Henrique, Bruna Amado, André Telles e Drica Mioni |

Datas: 26/03 , 27/03 e 28/03 - 18:00
Gênero: Comédia
Preços: gratuito
Local: Praça Rui Barbosa, Curitiba

Site do Festival: http://www.festivaldecuritiba.com.br/servlet/DetalhesEventoController?state=1&codEvento=1034

Atividades no Teatro Denoy de Oliveira:

Cineclube
7-mar-09 Eles não usam black-tie – Leon Hirszman, 1981 – Debate com José Renato
14-mar-09 Cangaceiro, O – Lima Barreto, 19 – Debate com Caio Plessman
21-mar-09 Grande momento, O – Roberto Santos, 1958 – Debate com Paulo Rufino
28-mar-09 Hora e a Vez de Augusto Matraga, A – Roberto Santos, 1965 – Debate com Luiz Carlos Barreto

O Choro e Sua História
30-mar-09 Marcos Gomes - Interpretando Dilermando Reis
2-mar-09 Flor Amorosa - Interpretando choros cantados de diversos autores
9-mar-09 Arnaldinho - Interpretando Waldir Azevedo
16-mar-09 Marco Antonio Bernardo - Interpretando Canhotinho
23-mar-09 Ítalo Peron e Paola Picherzky - Interpretando Armandinho Neves

Projeto PIPIPI
No Ponto de Cultura da UMES/Forte Casa Teatro, estará acontecendo à partir deste mês o Projeto PIPIPI (Projeto de Investigação da Prática de Intervenção e Performances Interativas), pelo programa Interações Estéticas do Minc, organizado pelo PIU (Pequenas Intervenções Urbanas)

Proposta: Estudar e realizar performances e intervenções urbanas, a partir do tema Corpo – Casa – Cidade

Quem: Alunos da rede pública de ensino + Coletivo PIU (Pequenas Intervenções Urbanas)

Quando: De 10/03 a 26/05, todas as terças-feiras, das 19h30 às 22h
Programação: grupo de estudo, criação de performances e intervenções urbanas, encontros com coletivos artísticos e oficina de vídeo experimental

Como: Inscreva-se respondendo a pergunta – “Como você vê a sua cidade?”
A sua resposta pode ser em vídeo, texto, fotografia ou áudio. Vale desenhar, escrever, dançar e interpretar!
Inscrições: dias 2, 3 e 4 de março, das 13h às 20h
Onde: Ponto de Cultura da UMES - Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323 – Bixiga

Entre no nosso BLOG e tire sua dúvidas: http://pipipiu.blogspot.com/
Ou mande um e-mail pra gente: emaildopiu@gmail.com
Ou entre na Comunidade do PIU no orkut

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Em breve: ARAPUCAIA!




Arapucaia narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia.
“Arapucaia” é livremente inspirada em “Ascenção e Queda da Cidade de Mahagony”, de Bertold Brecht, escrita por volta de 1930, época da grande recessão. Neste texto estão duas questões chaves colocadas pelo autor alemão: em primeiro lugar, Brecht quer falar sobre a arte pela arte, o prazer fácil e vazio, alienante; e em segundo lugar, coloca em discussão a falsa liberdade em que o mundo já começava a imergir (e que hoje chegou a limites antes inimagináveis): a troca de ditaduras palpáveis por uma ditadura camuflada, a ditadura econômica.
A adaptação surgiu pela necessidade de aproximar o universo e a linguagem do texto ao nosso mundo de hoje. Portanto, Arapucaia surge para tratar das mesmas questões, com personagens similares, situações análogas, mas num universo mais brasileiro, no século XXI.
A encenação tem como eixo central a linguagem de máscaras. O Forte Casa Teatro, desde sua fundação, em 2002, pesquisa o teatro popular e de máscaras, principalmente a Commedia dell'Arte. Esta linguagem tem como principal característica o foco no trabalho do ator e na construção de personagens que representam tipos sociais, e também a relação com o público. Portanto, o espetáculo tem uma linguagem popular, com textos simples e diretos, mas ao mesmo tempo estilizada, através de uma estética plástica com desenhos corporais e espaciais muito definidos.

A estréia da peça Arapucaia está prevista para o mês de março, aguardem os convites e apareçam para prestigiar a volta às ruas do grupo Forte Casa Teatro.